domingo, 25 de setembro de 2011

Essa eu queria ter escrito!

Está circulando pela web uma capa de revista "Cigar Decepcionado". Achei fantástica, de muita criatividade e bom-humor, e com manchetes bem verdadeiras. Não sei quem é o autor, mas o parabenizo por aqui, aproveitando para dividir com todos os amigos!






Sobre charutos falsos...

Que o mercado está cheio de charuto falso todos sabemos. Que a forma mais segura de se obter um Habano autêntico é indo a Cuba e comprar diretamente em uma Casa del Habano também sabemos. Mas e quando não se está em Havana, o que fazer?

Aprender a identificar produtos falsos exige boa capacidade de observação e alguma experiência. Isso porque, na maioria das vezes, os fakes estão camuflados entre outros autênticos, dificultando a sua percepção.

É muito comum você entrar em uma tabacaria, ver ali algumas caixas com o selo da Emporium (importador oficial da Habanos no Brasil), alguns dominicanos de boa procedência e, no meio deles, bingo! Eis um charuto falso.

Tem coisa que chega até a ser engraçada. Certa vez encontrei o que passei a chamar de falsificação “mediúnica”. Tratava-se de uma caixa(lacrada) de cubano datada de 2008 com um selo que só seria adotado pela Habanos S.A. dois anos mais tarde. Isso quando não inventam um charuto que jamais existiu (cuidado com as edições especiais, pessoal).São até inventivos, quando não conseguem copiar um charuto original, inventam um outro qualquer, sem parâmetro de comparação. É mais ou menos como aquele relógio da 25 de Março que vem escrito “Montblac”. Aí você pergunta “Erraram o MontBlanc?” E o vendedor responde “Não, esse é MontBlac, original”.

O fato é o seguinte: o falsificador busca ampla margem de lucro e, para isso, acaba pecando nos detalhes. É aí que devemos ter atenção.

Se tivermos acesso à caixa fechada, fica mais fácil. Estando familiarizados com as embalagens tradicionais cubanas, não é difícil encontrar o erro, na maioria das vezes grosseiro. São selos colados no lugar errado, ausência de informações no fundo da caixa, discrepâncias mo grafismo das embalagens, etc (ver exemplos abaixo).

Como, na maioria das tabacarias do Brasil, os charutos são vendidos avulsos, fica um pouco mais complicado, porque sempre podem usar uma caixa original abastecida com charuto falso.

Devemos observar o desenho e alinhamento das anilhas, saber se elas têm impressão em relevo ou não, observar o acabamento da cabeça do charuto, a uniformidade das capas, o aroma típico de tabaco cubano.



Alguns mitos:



"Esse charuto é autêntico porque veio de Cuba!

Só uma pessoa muito desinformada para acreditar nisso. Quem tenha ido a Cuba sabe que basta caminhar pelas ruas de Havana para ser abordado por pessoas oferecendo “puros, puros, tengo todos, Montecristos, Cohibas”. O fato de ser Cubano não significa nada. Nesse caso tem vários níveis de falsificação, que vão desde um charuto “artesanal”, produzido em pequena escala, com fumo cubano mas não de vuelta abajo, e embalado como um produto nobre, até coisas muito grosseiras que podem ter no miolo até folhas de bananeira que, secas, se assemelham ao tabaco. A primeira baforada revelará esse tipo de coisa.


“Pelo sabor, esse aqui é original!”

Se for um charuto que você conheça muito bem, ótimo. Se está experimentando pela primeira vez, isso pode não ser verdade. Como sabemos, certas falsificações mais “elaboradas” utilizam charutos caribenhos, desses vendidos sem anilha, “batizados” como cubanos. São até bons charutos em alguns casos, mas não o que prometem ser.


“Sempre comprei aqui, conheço a tabacaria!”

Lembrem-se da figura do atravessador. Ele é, na maioria das vezes, o maior desonesto da jogada. Se o responsável pelas compras da tabacaria não for um bom conhecedor de charutos e atento, pode acabar com mercadoria duvidosa no estoque.





Alguns cuidados importantes:


  • Desconfiar sempre de edições limitadas e regionais: São produtos de produção bem restrita, difíceis de achar por vezes até em Cuba. Será racional que uma tabacaria qualquer no interior do Brasil tenha, de repente, 4 caixas de uma edição limitada de 4 anos atrás? Pior ainda se for edição regional, daquelas que são destinadas a um país específico.


Lembrem-se de que o falsificador busca lucro. Um erro frequente deles é venderem tudo em caixas com 25, mesmo aquelas que foram distribuídas em embalagens de 10 ou 15.

Se encontrar pela frente um Trinidad salomón em linda jarra de porcelana laqueada, fuja!! É falso, nunca existiu.



ALGUNS EXEMPLOS



Um dos charutos mais falsificados do momento. À esquerda, a caixa fake. Observem o tamanho e quantidade equivocada dos desenhos quadrados. O selo "Gran Reserva" não existe no original, que vem embalado em feltro dentro de outra caixa externa.






Erro nos detalhes. A caixa à esquerda (falsa) tem desproporção no tamanho das letras e falta a inscrição referente à fabrica onde foram produzidos os charutos em Cuba.









Aqui o falsificador tentou superar-se pela criatividade. Jamais existiu uma embalagem de Cohiba com tampa de vidro. Essa aí virou até item de coleção para alguns aficionados.
















Petaca falsa à direita. Reparem a posição errada do selo da Habanos S.A. e do selo de Cuba, ambos invertidos em relação ao padrão cubano.











Adoram falsificar Cohiba Pirámides, não sei por que. Essa edição aconteceu em 2001(cx 25), 2003 (combo seleção) 2006 (cx10). Portanto, na imagem nº 1 e 4 são autênticas; 2 e 3, falsas. Não entendo por que não falsificam ao menos os anos que existem. Pra que inventar?










Imagens da revista Cigar Aficionado (www.cigaraficionado.com). Optei por não utilizar imagens de meu arquivo pessoal para não correr o risco de gerar qualquer constrangimento com algum estabelecimento. Cada um que faça seu próprio juízo.





domingo, 4 de setembro de 2011

Novas charutos 2011 da Habanos S.A.


Promete-se que devam estar chegando ao mercado internacional algumas das novas edições lançadas esse ano pela Habanos S.A. Escrevo no condicional porque, como sabemos, para a Habanos o prazo é o menos importante. Tenho um amigo soteropolitano que foi passar as férias de inverno em Cuba, esperando já trazer na mala as edições limitadas e o sonhado (por mim) Montecristo Gran Reserva, e retornou decepcionado por não ter encontrado nada
disso em Havana. Prometiam para o final de agosto...
De qualquer forma, estão chegando o Partagas Série E nº 2, no formato Duke (54X140), em caixas de 25 e também de 5 unidades. Sem dúvida, um formato excelente para fumar, que oferece grande potencial de evolução.
Outro lançamento é a edição limitada do Hoyo de Monterrey, o Short Piramide. Com tamanho 46X135, (um pouco maior que o Montecristo Open Regata) vem apenas em caixas com 10 unidades cada.